Como os propósitos foram distorcidos

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Desde o princípio, satanás tem trabalho para distorcer o sentido das coisas que Deus cria e também daquelas que Deus capacita o homem a criar, com o intuito de nos beneficiar, e tem usado isso para criar divisão nas famílias, na sociedade e na igreja.
O tribunal, por exemplo, foi criado para que os direitos e deveres sejam respeitados e cumpridos. A lei existe para que cada pessoa saiba até onde pode ir, sem invadir o espaço do próximo. A organização e a limpeza, existem para o bem-estar. A etiqueta e os bons modos, existem para harmonizar as relações. Os radares de trânsito, existem para nos alertar sobre locais de risco e para tomarmos mais cuidado, bem como não causarmos acidentes envolvendo a nós mesmos ou outros veículos. O trabalho existe para contribuir para o crescimento e desenvolvimento da sociedade, gerando renda para as famílias. A casa e o veículo existem para servir às pessoas nas suas necessidades básicas.
Nos dias que correm, as pessoas não buscam mais o tribunal para chegar a um acordo e resolver um conflito, e sim para buscar vingança e punir quem cada um considera “culpado”. Da mesma forma, muitos casais não buscam mais ajuda para tentar consertar o relacionamento e ver o que cada um pode fazer para ajudar o outro, e sim, para lutar e defender os seus direitos, julgando quem está certo e quem está errado.
A lei não existe mais como base para respeito e cidadania, e sim como base para condenação e busca dos próprios direitos egoístas, na qual os próprios deveres são ignorados e poucos se colocam no lugar do próximo.
A etiqueta e os bons modos, viraram base para avaliar quem se comporta de acordo com as normas e quem não se comporta, em razão de enquadrá-las em “tabelas medíocres” ao invés de servirem apenas para proporcionar momentos mais agradáveis e de respeito.
Os radares foram transformados em meios para arrecadar dinheiro e punir quem não obedece as leis de trânsito. As pessoas não andam dentro da velocidade pela segurança pessoal, da família e do próximo, o fazem por causa de um radar; que na verdade também não é o que os preocupa, e sim o dinheiro da multa e os pontos da carteira. A placa diz que a velocidade permitida é 100km/h e as pessoas andam a 130km/h, freiando apenas perto do radar para não serem multadas, sendo que a velocidade existe para garantir a segurança das pessoas.
O trabalho existe para prover tudo o que as pessoas precisam para sobreviver e as empresas desempenharem suas atividades, com o propósito das famílias adquirirem os bens necessários para viver. No entanto, hoje, as pessoas sacrificam a família, a própria saúde e o bem-estar, para dedicarem todas as energias no trabalho, na carreira e no status social.
Muitas vivem para o trabalho ao invés de trabalharem para viver com a família. Muitos filhos não têm mais as mães em casa dando amor, atenção e carinho, em razão de elas desejarem mais dinheiro para comprar roupas, sapatos, bolsas, carros, móveis. No fundo, algumas se preocupam mais com o que as pessoas valorizam e acham delas, do que com as necessidades dos filhos que deveriam ser supridas por elas e pelo pai.
Em alguns casos, algumas mulheres trabalham porque não se sentem valorizadas sendo esposas e mães, contudo, trabalhando, se sentem úteis. O trabalho ou qualquer outra coisa não existe para fazer com que nos sintamos úteis ou com valor. Esse sentimento é um vazio, uma carência que devemos buscar “saciar” no lugar apropriado. Se temos esse vazio, mesmo trabalhando, nunca nos sentiremos realizadas, pois o trabalho não é a solução, é uma fuga. Entretanto, se somos pessoas completas, e trabalhamos para agregar na sociedade, sem negligenciar o papel de esposa e mãe, estamos fazendo do trabalho algo positivo.
A casa deveria ser um lugar para a família ter momentos prazerosos juntos. Todavia, por causa de uma casa maior e de luxo, ao invés de ter tempo para desfrutar com a família de maneira simples e significativa; os relacionamentos são sacrificados, gastando-se tempo para ganhar mais dinheiro ao passo que se vive com descontentamento e frustração pensando no que falta. Tudo isso, como se o fato da casa ser maior, ter um espelho a mais, um sofá mais moderno ou um móvel diferente, fosse mudar alguma coisa.
As crianças querem apenas os pais e a atenção, não querem tantas coisas e não precisam delas. As pessoas adultas também, lá no fundo desejam apenas ser amadas e aceitas, e tudo o que fazem, seja ser um profissional bem-sucedido ou ter muito dinheiro, é para se sentirem aceitas e importantes.
A televisão, a internet e os jogos, viraram a babá das crianças e adolescentes, e de muitos adultos também, criando uma realidade virtual, aonde não se encaram as necessidades e problemas; deixando tudo “para lá” ao invés de resolverem os conflitos e desfrutarem de uma vida plena em família.
O carro também deveria servir basicamente para proporcionar o deslocamento pessoal e da família. No entanto, hoje, representa status, a imagem da pessoa diante da sociedade; agregando o valor pessoal ao carro que se tem. Como se o fato de se ter um carro novo ou de luxo mudasse algo na vida de alguém. “As pessoas vão me respeitar, vão me reconhecer, me valorizar”.
Nós somos tão vazios em essência, que precisamos de um carro para nos sentir bem? Quanto às pessoas, no máximo, o nosso carro vai produzir inveja, descontentamento ou se a pessoa não for vazia, poderá ficar feliz com a nossa conquista. O que não muda nada na nossa vida, tampouco na vida dos outros. Ao pensar ou agir assim, estou concedendo poder às pessoas para determinarem “quem eu sou”, com base no que tenho de bens, algo completamente medíocre e sem sentido.
É interessante como nos desviamos do verdadeiro sentido das coisas. Tudo o que existe para melhorar os relacionamentos, proporcionar momentos de amor, alegria, aprendizado, comunicação e crescimento; sem perceber, usamos para nos afastar das pessoas, e também para machucá-las. Ao invés de nos enchermos de amor e termos empatia; carregamos raiva, vingança, somos egocêntricos e egoístas.
Tudo é medido com base no que se ganha ou se perde, e não no que se pode dar ou contribuir. O que se faz para alguém se sentir amado e aceito?
Aos nossos olhos, até Deus virou o inimigo que faz tudo para nos prejudicar e impedir que os nossos sonhos se realizem. O egoísmo nos deixa cegos. Fazemos nossas escolhas, contudo, não assumimos as consequências e por fim, queremos culpar alguém.
Os princípios de Deus existem para vivermos dentro de uma cerca de proteção e desfrutarmos daquilo que Ele tem para nós, sem sermos roubados ou prejudicados pelo inimigo.
Quando Deus nos corrige e nos repreende, até mesmo quando é duro e tira o nosso chão, é porque está vendo que estamos fora da cerca de proteção que Ele estabeleceu. Enquanto obedecemos os princípios da Palavra, estamos protegidos por Ele, no entanto, quando desobedecemos e saímos deste lugar, damos direito legal para o inimigo nos atacar e prejudicar. Portanto, Deus nos corrige e mostra o erro.
Neste momento, o inimigo trabalha na nossa mente, distorcendo e falando que Deus não nos ama, e por isso está nos rejeitando ou acusando. Todavia, Deus não nos acusa, nem nos condena; Ele condena o pecado, que é o que nos coloca para fora da cerca de proteção. Deus quer nos proteger e nos levar de volta para dentro da cerca.
Costumamos sair da cerca de proteção e sofrer as consequências nas mãos do inimigo. Muitas vezes, pensando que estamos sendo provados, e em outros momentos, culpamos Deus por nos deixar sofrer. Sendo que na verdade, fomos nós que nos colocamos em tal situação e Deus não pode ir contra a Palavra Dele. Se Ele estabeleceu limites para vivermos e escolhemos por livre vontade sair destes limites, o inimigo tem direito legal para nos atacar, e não foi Deus quem concedeu, fomos nós mesmos.
O inimigo conhece a Palavra melhor do que nós, e a respeita; portanto, precisamos alinhar as áreas das nossas vidas que estão fora da cerca e colocarmos tudo debaixo do Senhorio do Pai, submetidos à Sua Palavra. O trabalho do inimigo é nos separar de Deus, nos colocar contra Ele, nos levar para fora da cerca. Seu maior campo de ataque é na mente, e sem perceber, nos submetemos a satanás quando buscamos nos satisfazer e não ouvimos mais a Deus.
O mais grave dessas distorções é o que fazemos com a Palavra de Deus da mesma maneira que os fariseus faziam, deixamos de usar os princípios para ter uma vida aprovada por Deus e sem pecado, agradando Ele de todo o coração e vivendo como Cristo viveu; para a usarmos como escudo para nos defender, e como espada para julgar e condenar os outros.
A lei, como toda a criação, e tudo o que foi desenvolvido, existe para as pessoas. O fato das pessoas viverem para servir à criação, tanto no sentido material, quanto no sentido de se preocupar com a imagem, reputação, viver para ter prestígio e sucesso; sem desfrutar com simplicidade das pequenas coisas valorosas da vida, tem levado à humanidade para caminhos destrutivos.
Todavia, como escolha pessoal, podemos escolher nos voltar para o verdadeiro propósito pela qual estamos aqui, e encontrarmos no Criador a nossa verdadeira identidade, nosso valor e nossa missão.
Só assim podemos sair do sistema na qual o inimigo estabeleceu e tem distorcido tudo, principalmente a imagem de Deus diante do mundo. Só Deus pode nos dar o verdadeiro sentido, no entanto, Ele só o revela a quem verdadeiramente deseja de todo o coração conhecê-lo e se submeter, e não apenas obter benefícios.


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