A
natureza do homem em relação ao exercício da autoridade e das responsabilidades
é a mesma que ele tem em relação a atividade sexual. Foi assim que Deus o
constituiu. Se uma mulher seduz um homem, ele naturalmente é atraído por causa
da sua natureza. Da mesma maneira, ele naturalmente se responsabiliza e assume
a liderança de uma família, de uma equipe ou um serviço quando é necessário.
Agora,
se formos avaliar, alguns homens não se sentem atraídos pelas mulheres e em
alguns casos não têm prazer ou interesse pela atividade sexual. Que tipo de
situações causam esse tipo de comportamento nos homens? Existem diversos
motivos, mas dentre eles, podemos ressaltar a rejeição do sexo, rejeição na
concepção, a falta de referencial masculino, abuso sexual, abuso físico e o
abuso emocional (infância, adolescência ou no próprio casamento).
Não
significa que todo homem que passou por estas situações necessariamente não
gosta de mulheres ou não têm interesse pela área sexual, e sim o contrário, que
a maior parte dos homens que não gosta ou não têm interesse, é porque sofreu
com estas realidades. O que não pode-se generalizar.
O
que quero dizer com isso? Que um homem que não exerce a autoridade e não assume
responsabilidades dentro de casa, não o faz porque de alguma maneira a sua
identidade como homem não está alinhada com a natureza pela qual ele foi
criado.
Se
colocarmos um menino e uma menina com dez anos de idade em uma ilha e os abandonarmos
lá sem lhes dar instrução; pelo próprio instinto de necessidade e sobrevivência,
eles irão buscar alimento, tomar banho no mar ou em algum rio, e construirão um
local para se alojar com o material que encontrarem. Se sentindo responsável, naturalmente
o menino criará soluções e orientará a menina como ela deve ajudá-lo. O menino
fará o serviço pesado e a menina de acordo com as suas condições, auxiliará
carregando as coisas, segurando o material para auxiliá-lo no serviço.
No
entanto, o mais interessante, é que quando eles se tornarem adolescentes, sem
nunca terem assistido televisão ou aprendido com alguém, eles passarão a ter
atração sexual um pelo outro, e pelo fato de estarem o tempo todo juntos e
dependerem um do outro, seus corpos irão se unir no ato sexual, e mesmo sem uma
“escola”, eles estarão se relacionando como um casal. Com o tempo, obterão
prática e experiência de vida em todos os sentidos. Como nem tudo se aprende por instinto, o ser humano acaba sofrendo
por improvisar em muitas áreas da vida, como na criação dos filhos, por
exemplo. Contudo, neste sentido, acontece da mesma forma que com os animais,
ninguém os ensina a se reproduzir ou se alimentar, está na natureza/instinto
deles.
Alguns
homens que não tiveram o pai presente, têm dificuldade de exercer o seu papel,
pois não sabem as responsabilidades de um homem. Na verdade, o que cria essa
distorção na mente de um homem nestas condições, não é apenas a falta do pai, e
sim o fato de ver a mãe, a mulher, exercendo todas as responsabilidades. Como
consequência, ele desenvolve dentro dele uma imagem na qual a mulher deve fazer
essas atividades. Portanto, quando se casa, para ele é natural que a mulher
faça tudo. Entretanto, não são todos os homens que não tiveram pai que criam
essa imagem de papéis, pois muitas mulheres colocam o filho para assumir o
papel de homem em casa, enquanto outras tratam o filho como um “bebê”. Há alguns
casos aonde até tem o pai em casa, mas quem decide e é a autoridade, é a mulher,
e ela pode tratar seu filho homem como um “bebê”, independente de ter o pai ou
não.
Cada
família é um caso isolado. O que precisamos entender é que Deus criou homem e
mulher, cada um com seus papéis definidos, e quando esses papéis não são
exercidos de acordo com a Palavra de Deus, os filhos criam uma imagem “deformada”
ou “distorcida” quanto à sua identidade, suas responsabilidades e papéis.
Como
citado anteriormente, mesmo que não se ensine especificamente, o natural é que
a pessoa, de acordo com o seu sexo, faça aquilo pela qual foi criada, tanto na
questão sexual quanto de papéis. Isso explica que o fato de uma pessoa não
estar fazendo a “parte” dela, está relacionada com a distorção da imagem e
identidade que ela carrega a respeito de si mesma e das funções referentes ao seu
sexo, por causa dos modelos que teve.
Para
alguns homens e mulheres que foram abusados sexualmente, a relação sexual é um
momento traumático que eles procuram manter distância. Para pessoas que foram
abusadas fisicamente, por meio de surras, quando alguém encosta nelas, sentem
raiva e podem perder o controle. Para pessoas que foram abusadas emocionalmente,
por meio de palavras de condenação e críticas constantes, negligência de afeto
e “agressão verbal nos momentos em que cometeu erros acidentais”, o medo
atormenta, e a imagem que carregam de si mesmas costumam mantê-las em uma
prisão.
Um
filho que vê o pai batendo na mãe ou nos irmãos com violência, agredindo
verbalmente; ou a mãe gritando com o pai, promete a si mesmo que nunca será
como o pai ou nunca desejará uma esposa como a mãe. Como consequência dessas
situações, muitas pessoas, mesmo casadas, se anulam do seu papel para não ter
de enfrentar as mesmas circunstâncias traumáticas que viveram no passado, considerando
melhor não fazer nada, do que fazer e ser ferido ou repetir aquilo que seus
pais fizeram e ferir alguém. Muitos guardam raiva dos pais e por reterem o
perdão, quando menos percebem, repetem as mesmas atitudes e hábitos que tanto
repudiavam e julgavam nos pais. Para se liberar disso, é preciso perdoar os
pais por aquilo que fizeram, abrir mão do desejo de vingança e justiça,
entregando tudo na cruz.
Mesmo
que uma pessoa tenha tido uma formação equilibrada, tenha sua identidade bem
definida, uma imagem clara dos papéis de homem e mulher; ao se casar com uma
pessoa com problemas emocionais ou disfunções de responsabilidades, a pessoa
com problemas, poderá por meio das suas palavras e atitudes, transferir tudo
aquilo que recebeu no passado para dentro do casamento e do coração do seu
parceiro, criando nele(a) uma imagem de uma pessoa “inútil”, “incompetente” ou
outras características que podem ser expressas por meio de palavras e atitudes.
Podemos chamar de “transferência de sementes”. Estas vão sendo semeadas, e com
o tempo, vão se tornando frutos e esses frutos poderão levar à pessoa à
desistência.
O
parceiro se anula e perde completamente o prazer no relacionamento e por fim na
família. É mais comum acontecer com os homens, seja no papel de esposo, de pai ou
nos serviços do lar. Ele começa a ouvir muitas críticas, passa a criar uma autoimagem
baseada naquilo que a esposa fala, e por fim, acredita que é aquilo que ela
diz. Com isso, não tem vontade de estar com ela, de conversar, de expressar
amor e carinho. No entanto, isso acontece apenas em casa; no trabalho e com os
amigos, ele tem disposição e faz tudo com muita dedicação. Então a esposa
reclama: - ele só quer trabalhar, só quer estar com os amigos; não quer ficar
em casa, não passa tempo com os filhos, não me ama, não ajuda com nada em casa.
Seria até estranho se ele quisesse ficar em casa com uma pessoa que faz ele se
sentir “tão bem” através daquilo que fala e faz. Contudo, esta não é a
realidade de todas as famílias, como citamos antes, cada família é um caso e
deve ser avaliado.
Para
que uma pessoa exerça seu papel, no caso de buscar a restauração, é necessário
avaliar alguns fatores influenciadores: a) Como a família em que cresceu era
constituída, quem era a autoridade no lar, quais as responsabilidades do homem
e da mulher; b) Qual a imagem pessoal e identidade desenvolvida durante a
vida; c) Sofreu algum tipo de
abuso ou trauma que possa ter influenciado na disposição de assumir
responsabilidades ou ter prazer por determinadas atividades; d) Qual a imagem
que criou de si mesmo com base no que o cônjuge expressa por meio de palavras e
atitudes; e) O que pensa ser sua responsabilidade em casa; f) O que o cônjuge
faz que não é responsabilidade dele(a) por iniciativa própria sem ser seu papel
ou faz porque “eu” negligencio; g) Tem prazer de ir para casa após o trabalho
ou as atividades; se sim, porque; se não, porque.
Grande
parte das famílias carrega uma herança na qual o papel do homem é apenas
trabalhar para sustentar a família, sem ter participação em casa, fazendo com
que a mulher e os filhos sofram, pois precisam mais do pai do que apenas o
sustento que ele pode proporcionar, precisam da presença dele.
A
sociedade moderna tem feito com que a mulher, por estar frustrada com essa
condição, entre em um extremo que tem desestruturado completamente as famílias.
Não se trata de culpar o homem ou a mulher, mas sim de reeducar as nossas
famílias de acordo com as instruções que Deus nos deixou.
O
homem é responsável pela provisão do lar, todavia, a sua presença em casa com a
esposa e os filhos, é essencial para o crescimento e desenvolvimento saudável.
A família é uma equipe e os membros são interdependentes. Nenhuma família é
perfeita ou completamente funcional. Toda família possui suas divergências e
está em construção e transformação contínua. Na terra, a nossa primeira
prioridade é a família, e é das nossas responsabilidades dentro dela que
prestaremos contas. Se vivermos de acordo com o padrão de Deus contido no
manual, a Bíblia, desfrutaremos plenamente daquilo que Ele preparou no seu
plano inicial para a humanidade.
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